Skip to main content

Quando mudar só te atrapalha

By 25 de fevereiro de 2025Collab

Em time que está ganhando, não se mexe! Será mesmo? Mais cedo ou mais tarde, todas as empresas – grandes ou pequenas – precisam se reinventar para atender às novas demandas do mercado e dos consumidores. Mas a medida e a intensidade da mudança são dilemas que tiram o sono de muitos empreendedores.empresa

Mudanças sempre vêm acompanhadas do risco de desagradar. Quando são radicais demais, acabam confundindo o público, e muitos clientes perdem a identificação com a sua marca.empresa

Atendi uma empreendedora que estava vivenciando esse conflito. Sua marca de acessórios femininos ia super bem e, animada com o crescimento, ela decidiu transformar a lojinha de bairro em um local mais atrativo, como sempre sonhou. Reformou o ambiente, mudou completamente o layout para um estilo mais elegante e refinado. Mas, de repente, suas clientes desapareceram. Parecia que a mulherada tinha embarcado num ônibus espacial para outro planeta.

Mudar é bom e necessário, mas é preciso fazer isso com planejamento, sempre colocando o cliente no centro de todas as decisões. Afinal, a sua empresa existe para atender a eles e não ao seu gosto pessoal.

No caso da empreendedora mencionada, a transição para um ambiente tão radicalmente diferente transformou a identidade da marca e gerou a percepção de que a loja se tornou “inacessível” ou “cara” demais para o público que não estava familiarizado com o “luxo”. E criar identificação é um fator decisivo para gerar conexão entre marcas e consumidores.

Mas vamos supor que todas as mudanças foram desejos manifestados pelas clientes. Ainda assim, situações como essa pedem uma comunicação clara e antecipada com o público. Nesse caso, seria essencial dizer a elas que a modernização foi pensada para melhorar a experiência, mas que os valores, o posicionamento da marca e até a política de preços continuariam os mesmos.

Você pode até engajar seu público nessa transformação. Uma ação simples, como convidá-los para opinar sobre um novo cardápio, escolher a cor de uma parede ou conhecer de perto as novidades, pode fazer toda a diferença. Esses gestos de inclusão reforçam o vínculo emocional e dão aos clientes a sensação de pertencimento. E quando nos sentimos pertencentes, nos tornamos defensores e propagadores de uma marca ou ideia.

No fim das contas, mudar é um ato de coragem, mas também de estratégia. É imprescindível conhecer o perfil e as necessidades do seu público. Quando os clientes percebem que a mudança foi pensada para eles, a transformação se torna uma oportunidade de fortalecer laços, conquistar confiança e atrair novos consumidores.

Fabrícia Carneiro é jornalista, gerente de Marketing e Comunicação no Sebrae Alagoas, e há 23 anos se dedica a construir estratégias para ajudar empresas a fortalecerem suas marcas, convergindo pessoas, inovação e comunicação.