
Já faz um tempo que o autocuidado virou pauta essencial na vida das pessoas. Mas, com tantas fórmulas prontas e rotinas rigorosas de bem-estar, surgiu um efeito colateral: a exaustão do self-care como mais uma obrigação. Foi aí que o conceito de Soft Wellness começou a ganhar força. Em vez de metas rígidas e regras fixas, essa tendência propõe um cuidado mais intuitivo e gentil com o corpo e a mente. Uma pesquisa realizada pelo IBOPE e encomendada pela Bayer revelou que, embora 84% dos entrevistados desejem manter uma rotina de autocuidado, apenas um terço consegue implementá-la regularmente.
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Imagem retirada de banco de imagens da internet
Mas, aos poucos, a mudança vem acontecendo. 82% dos consumidores já consideram o autocuidado uma prioridade essencial no dia a dia, e a busca por práticas mais leves e intuitivas tem impulsionado o conceito de Soft Wellness. Essa abordagem valoriza um cuidado sem pressões, trocando rotinas rígidas por pequenos hábitos prazerosos que promovem qualidade de vida. O mercado acompanha esse movimento e cresce rapidamente: segundo dados do Global Wellness Institute, o setor de bem-estar movimentou US$ 6,6 trilhões em 2024, com previsão de atingir US$ 7,2 trilhões em 2025. Segmentos como cuidados pessoais e beleza lideram com 24% do mercado, enquanto a nutrição e o controle de peso representam 15,6%. Além disso, 58% dos consumidores afirmam que passaram a priorizar ainda mais o bem-estar no último ano, impulsionando setores como o turismo de bem-estar, que já movimenta mais de US$ 1 trilhão e cresce 12,4% ao ano.
Essa revolução no autocuidado também reflete no ambiente corporativo, com empresas adotando políticas mais flexíveis, incentivando pausas e promovendo iniciativas para a saúde mental. Afinal, o Soft Wellness nos ensina que o bem-estar não deve ser mais uma cobrança, mas sim um processo natural, no ritmo e na medida certa para cada pessoa.
No mercado de beleza, marcas apostam em produtos multifuncionais e descomplicados, enquanto no universo fitness, o foco migra de treinos exaustivos para práticas leves, como caminhadas e alongamento intuitivo. Até na alimentação, a tendência é uma relação mais equilibrada e prazerosa com a comida, sem dietas restritivas, mas com escolhas que respeitam o corpo e o bem-estar.
Começando a trazer exemplos na prática, temos o Walk for Wellness é uma iniciativa da Norwegian Cruise Line que promove o bem-estar físico e mental por meio de caminhadas diárias, estimulando uma rotina ativa e prazerosa sem pressões. Lançado no Brasil em 2025, o projeto engajou agentes de viagens e parceiros comerciais através do aplicativo Wellbeing+, que registrava os passos e incentivava a prática de pelo menos 3 km por dia. Além de premiar os participantes mais ativos, a campanha teve um impacto social, com doações para a ONG Ame Sua Mente, que trabalha com saúde mental nas escolas públicas. A proposta alia saúde, acessibilidade e leveza, refletindo os princípios do Soft Wellness.
Empresas de tecnologia, como Softplan e Involves, estão reformulando seus programas de bem-estar para o formato remoto, oferecendo yoga, meditação e atendimento psicológico online, garantindo mais equilíbrio na rotina dos colaboradores. Já corporações como IHG e HP implementaram os chamados dias de recarga, folgas extras para que os funcionários possam descansar e cuidar da saúde mental, promovendo um ambiente de trabalho mais sustentável.
Na indústria alimentícia, a Coca-Cola entrou na tendência do Soft Wellness ao lançar uma linha de refrigerantes com prebióticos, que unem sabor e benefícios para a saúde digestiva sem abrir mão do prazer de consumir a bebida. A proposta é clara: cuidar do corpo sem abrir mão das pequenas alegrias do cotidiano.
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Foto: Food & Wine / The Coca-Cola Company
Soluções digitais também ganham espaço. Aplicativos de bem-estar como Calm e Sanvello tornam o autocuidado mais acessível e intuitivo. O Calm oferece meditações guiadas, histórias para dormir e músicas relaxantes, ajudando a reduzir o estresse e melhorar o sono. Já o Sanvello combina técnicas de terapia cognitivo-comportamental com rastreamento de humor, incentivando um cuidado mental leve e contínuo.
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E se o ambiente influencia nosso bem-estar, por que não trazer mais leveza para dentro de casa? A tendência de criar espaços de bem-estar em casa tem crescido, com cantinhos dedicados à meditação, ioga ou simplesmente momentos de pausa. Esses ambientes nos convidam ao descanso e à presença, sem pressões externas.
O mercado também aposta em produtos de bem-estar inovadores, como os wellness patches. Esses pequenos adesivos funcionam como doses diárias de autocuidado, oferecendo alívio de dores ou redução de estresse de forma prática e discreta — uma maneira moderna de levar bem-estar para qualquer lugar.
E essa tendência já tem reflexos locais. Em Maceió, o aplicativo Meu Spa conecta profissionais de bem-estar a pessoas que desejam cuidar de si no conforto de casa. O Parque Municipal de Maceió oferece trilhas e contato direto com o verde, perfeito para caminhadas regenerativas ou pausas contemplativas no meio da rotina.
Esses movimentos mostram que cuidar de si não precisa ser um projeto complexo. Pelo contrário, o Soft Wellness surge como um convite: desacelere, escute o que seu corpo precisa, e encontre bem-estar naquilo que é simples e prazeroso. Não se trata de seguir regras, mas de respeitar ritmos. Porque, no fim das contas, o verdadeiro cuidado começa quando deixamos de nos cobrar tanto.
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